“Declaramos
ter como instrutores e mestres espirituais, responsáveis por nosso
progresso na existência presente, pelo menos, Espíritos hindus e
egípcios. Talvez, por isso, estas particularidades de iniciação
rigorosa resultem dos métodos das Escolas a que tais instrutores se
prendem no Espaço, como se prenderam na Terra, e não seja o fato ou
a exigência, de ordem tão geral como se poderia supor. O certo é
que até mesmo nossos estudos doutrinários, nosso trabalhos
espirituais, nossas leituras, e até mesmo nossos passeios e
diversões, são por eles dirigidos, sob o máximo rigor e método
invariável. E quanta renúncia tudo isso nos há custado! Escolhem
os livros que devemos ler, suspendendo, por vezes, leituras
doutrinárias, para que não sobrevenha o fanatismo, e advertem-nos
da inconveniência dos jornais! Apontam-nos as horas de trabalho, as
companhias e os amigos, os Centros Espíritas a frequentar.
Desviaram-nos o matrimônio das preocupações, desde antes dos vinte
anos de idade. E se amarguras colhemos, insistindo em ilusões do
gênero, reconhecemos que provieram da desobediência aos seus
conselhos. Pertencendo a uma família onde havia bons intérpretes da
Música, fomos impossibilitada igualmente de estudá-la, não
obstante a grande vocação, pois nos diziam os instrutores hindus,
vendo-nos insistir nas tentativas de um curso de piano: - Somente um
caminho deverá existir à tua frente – a doutrina do Cristo, o
Consolador! És espírito reincidente em erros graves, a quem se
cogita, do Invisível, de auxiliar a se reerguer, agora que a seleção
dos valores existentes no Planeta será feita para o advento da Luz.
A Música virá mais tarde, com o dever cumprido. Obterás
compensações às lágrimas que chorares pela impossibilidade desse
ideal” (pág. 148 e 149)
PEREIRA,
Ivone A. Devassando o Invisível. FEB, 1963.
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Aos
poucos fui mudando, desapegando de velhos vícios. Divido-me quanto à
realidade que hoje vivencio. Se feliz me reconheço pelo caminho
percorrido até agora, também sinto novo vazio, novas angústias em
resposta ao silêncio da vida. Ávida por aprendizado, bocejo diante
da roda do cotidiano. Ao pé da montanha, estou.