O lago
mantém-se sereno sem o sopro dos ventos. Vejo o fundo, cheio de
vida: as algas sendo verdes, dançando à vibração dos seres que
passeiam, que vivem. Que caçam, que acasalam, que interagem por
instinto. Tudo se encaixa, tudo se move fechando um ciclo. Tudo é
perfeito.
Com o
sopro, com a chuva que chora, a paisagem já é outra, nada se
espelha ao lago que se agita. Não se vê as árvores tão belas no
entorno, não se vê as nuvens passando como se tivessem pressa. O
vento empurra a chuva, cada um com o seu papel: empurrar e ser
empurrada. Dali a algum tempo, o lago será sereno outra vez, refletirá o sol na
paisagem sem sopro, brilhante, morno e reconfortante.
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