“A
terceira conclusão é que a clarividência deve ser entendida como
fenômeno anímico, ou seja, uma atividade do espírito encarnado e
não uma faculdade mediúnica.” (pág.258)
MIRANDA,
Hermínio Correia de. Diversidade dos carismas: teoria e prática da
mediunidade. Vol.1-Niterói, RJ:Publicações Lachâtre, 1994.
Depois de
um ciclo de 32 palestras, foi só no finalzinho que consegui começar
a entender o conceito por trás da palavra “anímico”.
Inicialmente, achava que era algo negativo, uma interferência do
médium e que deveria ser evitada...com a leitura desse livro, pude
perceber, além disso ter sido dito nas aulas, que o animismo é
desejável para que os fenômenos aconteçam. No entanto, deve-se
prestar atenção para não confundir o que é seu e o que é de
outro espírito.
Nessa
linha de raciocínio, eu sempre tive dúvidas sobre a origem de meus
textos, muitos deles foram produtos de sentimentos e sensações que
tanto poderiam ser meus quanto influências outras. Ainda nesse
livro, deparei-me com a possibilidade ser sermos os medianeiros dos
nossos próprios espíritos, ideias guardadas que conseguimos
desenterrar de nós mesmos, de experiências de outras
vidas...independentemente da razão, o resultado é sempre positivo.
.
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Qualidades
de um bom médium
Rigorosamente falando, os
bons médiuns são raros. A maioria, geralmente, apresenta um ou
outro defeito que lhes diminui a qualidade de bons. O defeito, por
pequeno que seja, é sempre de origem moral. Entretanto, o médium
que reunir as cinco virtudes seguintes pode ser qualificado de bom:
SERIEDADE, MODÉSTIA, DEVOTAMENTO, ABNEGAÇÃO e DESINTERÊSSE.
A seriedade é a virtude
que um médium possui de utilizar sua mediunidade para fins
verdadeiramente úteis, exercendo-a como um nobre sacerdócio.
A modéstia é a virtude
pela qual um médium reconhece que é um simples instrumento da
vontade do Senhor e, por isso, não se envaidece nem se orgulha de
sua mediunidade. Não faz alarde das comunicações que recebe,
porque sabe que foi apenas um simples intermediário. Não se julga
ao abrigo das mistificações e, quando é mistificado, compreende
que isso aconteceu em virtude das falhas de seu caráter ou devido a
algum erro de sua conduta; procura, então, corrigir-se para afastar
de si os espíritos mistificadores.
O devotamento é a
virtude pela qual um médium se dedica ardentemente ao benefício de
seus irmãos que sofrem. O médium devotado considera-se um servo do
Senhor e, por isso, não despreza nenhuma oportunidade de servilo,
auxiliando a todos quantos necessitam dos cuidados dos espíritos de
Deus.
A abnegação é a
virtude pela qual um médium leva seu devotamento até ao
sacrifício. O médium abnegado não hesita em renunciar a seus
prazeres, a seus hábitos, a seus gostos, quando se trata de prestar
socorros mediúnicos a quem quer que seja.
O desinteresse é a
virtude pela qual um médium dá de graça o que de graça recebeu.
O médium desinteressado nem mesmo esperará um agradecimento dos
homens.
Eis expostas as cinco
virtudes que devemos cultivar, se quisermos merecer o qualificativo
de bons médiuns. (pág.39)
RIGONATTI, Eliseu.
Mediunidade Sem Lágrimas. Lake – Livraria Allan Kardec Ed., 1975.
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