segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O poder

O sol já tinha aparecido há algumas hora, e ele continuava deitado, resistia um pouco em levantar porque sabia que nada mais seria o mesmo, não depois do que tinha descoberto. Muitos achariam que a descoberta era tão grande que não se perderia tempo dormindo, mas ele tinha um apreço enorme pelo sono, este era o momento em que ele exercia ao máximo a sua liberdade, e disso, ele não abriria mão – nunca.

Um feixe de luz forte atravessava o seu corpo, na altura de seu estômago, e começava a queimar, o que, na verdade, acabou por forçá-lo a se mexer, fugir da luz. Protegido, então, começou a relembrar os eventos do dia anterior, assim como os eventos dos últimos meses, ou mesmo anos. Tudo fazia sentido agora. E como ele foi feliz no exato instante que entendeu tudo, felicidade essa que ele queria que durasse para sempre. Ele queria gritar para o mundo! Porém, essa sensação de complitude não pôde durar muito, sendo interrompido por uma porta que batia com o vento; o tempo começava a mudar, assim como ele, parecia que o universo estava sincronizado com os seus pensamentos.

Já pronto para ir trabalhar, desceu os cinco lances de escadas e em menos de cinco minutos já estava na calçada, observando o movimento da manhã, as árvores balançando-se ao vento, com suas folhas brilhantes do seu verniz natural. Respirou profundamente, e apesar da poluição, o ar parecia tão fresco como se estivesse no meio da mata – o que mostrava a extensão do efeito que a sua descoberta tinha sobre ele.

Descendo a rua, passou por um casal que criticava algum conhecido deles, reclamavam e pareciam se alimentar das negatividades que produziam. Em um dia normal, ele teria sentido aversão à mesquinharia que presenciava, no entanto, apenas sorriu, e fez algo que nunca tinha feito na vida: deu “bom dia” para os desconhecidos, e recebeu de volta o mesmo cumprimento e dois sorrisos. E algo surpreendente aconteceu, quando o casal voltou a conversar, não mais alfinetavam o conhecido, tinham mudado de assunto e falavam de outras banalidades.

Ele então sentiu-se ainda mais seguro sobre a sua descoberta. Com alguns dias, poderia dominar essa nova forma de viver, e procuraria repassar esse conhecimento adiante, mesmo que os outros não percebessem que estavam sendo expostos ao segredo da vida.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Restless I am

Eu não sei como podem existir pessoas sem paixão. É um mundo tão descolorido. Às vezes eu me sinto meio vazia, mas eu tento me lembrar que depois do vazio vem a paixão novamente, ela nunca falha de aparecer, e a minha paixão acaba sendo canalizada para as coisas que eu escrevo.

Eu posso senti-la chegando, ela está dobrando a esquina de um dia ensolarado, numa rua movimentada, esbarrando em todo mundo, tirando as pessoas de seu cômodo lugar e forçando-as a perder o controle; sentir ao invés de raciocinar, extravasar ao invés de conter o desejo, enjaulado dentro de si. Com ela do lado, parece que qualquer coisa é possível, e acaba-se por sorrir pelos motivos mais cafajestes.

Inspiração

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Satisfação

Quando foi a última vez que você sacrificou o seu tempo para ajudar alguém?

Que eu me lembre, acho que foi quando meu pai estava passando uns fios de rede. Eu estava na minha última semana de estudos, realmente tentando fazer valer cada segundo de revisão da matéria e sacrifiquei uns 30 minutos, talvez um pouco mais até, do meu tempo para ajudá-lo. Ele no quarto e eu na sala.

O fio está aparecendo? Não! E agora? Nada. Mexeu alguma coisa? Mexeu, mas o fio não chegou. Acho que vou ter que pegar outra guia. Alguns minutos depois, o mesmo diálogo. Ele no quarto e eu na sala. Até que decidiu tentar o inverso. Você empurra daí e eu olho daqui. Passa o sabão na guia. OK. Ainda chegamos a trocar de lugar mais uma vez, ele empurrou e eu fiquei vigiando no quarto. E tudo isso de boa vontade, sem me irritar com nada. Fiquei até surpresa comigo mesma, surpresa com o prazer que senti só de ser útil.
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Feliz Aniversário, irmãzinha!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Tartaruga

Essa primeira semana de janeiro está demorando uma eternidade para passar. Tenho que ver presentes de aniversário pra minha irmã e minha mãe e falta paciência e disposição para sair e caçar coisas. Falta também imaginação. Tenho estudado de manhã e revisto Dark Angel à tarde.

Vinicius disse que esse é seriado de nerd ao extremo, nem ele conseguia assistir rs Achei isso engraçado. E acabou calhando bem com “1984”, que estou lendo, as realidades têm pontos em comum. Eu gosto das cenas de luta. Assim como eu gosto de Buffy, outra série que Vinicius classifica como de nerd hehe disse que a irmã dele nunca ouviu falar de Buffy, exemplificando, assim, os seus argumentos.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Senso crítico

“Se está escrito eu acredito”. Ontem eu conversava com a Débora sobre umas questões que tínhamos acabado de ler no “Livro dos Espíritos”. Terminamos o segundo volume de um livro para crianças e entramos agora nesse que é para adultos; a linguaguem é tranqüila de entender, só não tem figuras. Vamos agora aprofundar mais conceitos que ela já está um pouco familiarizada, depois de 27 semanas de estudo, uma vez por semana. Fico feliz que estejamos mantendo a regularidade, e o acúmulo de conhecimento vai aumentando.

As primeiras linhas do livro falam sobre Deus e o conceito de infinito. Eu tento estimular o questionamento, perguntando o que ela acha antes de lermos o que está escrito. E ontem fui surpreendida por essa frase dela, percebi então como as minhas palavras ainda não a atingem quando digo que devemos questionar. O senso crítico só amadurece com a experiência, o que ela ainda não tem – o que é compreensível. Eu também era muito crédula, só com a idade e leituras fui percebendo que não é bem assim.
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“A idéia central da vida é a harmonia, constituindo a saúde humana uma prova do funcionamento perfeito e disciplinado do organismo carnal em admirável sintonia com o ritmo e o comando espiritual.” p. 316

Fisiologia da Alma

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

sábado, 1 de janeiro de 2011

Olá 2011

Eu não queria me alongar muito, mas gostaria de deixar registrado como 2010 foi um ano importante.

As grandes mudanças tiveram ainda início no final de 2009, quando terminava um ciclo. Vi-me diante do mundo, sem exatamente saber que próximo passo tomar, que caminho seguir. Nunca imaginei uma situação tão inesperada, sem coordenadas.

Neste ano de 2010 tive a oportunidade de cuidar do espírito e do corpo, reforçar valores e descobrir também novos propósitos. Conheci o sentimento de gratidão e desde então procuro cultivá-lo. Exercitei minha paciência e ensaios de amor incondicional, processos que encontram-se em aprimoramento, sempre.

Aprendi, ensinei, me emocionei, gritei, briguei, cantei, li, escrevi, me inspirei, sublimei, fiz tudo que gosto e também o que não gosto. Mudei muito. Conheci-me melhor, conheci pessoas que me ajudaram e que me desafiaram. E apesar da sensação de paralisia em alguns momentos, vivi mais intensamente do que poderia imaginar que eu pudesse viver. E eu sei que mais lições estão por vir.

Busco dentro de mim a força e a coragem para enfrentar os meus maiores defeitos. Que venham as provas!