“Como dizia o mestre
zen: ‘Captar e viver a experiência zen é como um sapato. Quando se está bem
acostumado a ele, o sapato adaptado ao pé não se sente que se tem um sapato.
Agora, quando sapato está apertado, a toda hora se sente o sapato. Sinal de que
o sapato está ruim. Se temos de pensar a toda hora em Deus, estamos longe de
Deus. Agora, se vivemos em comunhão com Deus, não precisamos pensar Nele’.
Pensar em Deus é deixá-lo só na inteligência, e não em tudo que temos e somos
”. (pág.72)
BOFF, Leonardo. “A
transparência: experiência originária”. In: Mística e espiritualidade. Ed. Rio
de Janeiro: Rocco, 1994.
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Andei pensando esses
dias, sobre os próximos passos da vida. E se eu penso, estaco, impeço a
fluidez. Se penso, vou ao futuro e esqueço do presente. Se penso, tenho medo e
não sigo o caminho. Se penso, a preguiça me envolve. Deixo de viver e fico
parada pensando, gasto energia inutilmente. Mas se paro de pensar e espero
alguns minutos, transbordo de uma energia invisível, uma sensação boa de estar,
centrada no tempo e espaço, na certeza de um sorriso.