segunda-feira, 30 de abril de 2012

Na falta...


de novos sentimentos, os velhos servem.

Why do I do what I do? What do I aim to achieve when I do what I do? What is a good day? What do I tend to follow, heart or reason? What do I do when I cross upon an obstacle? What inspires me? One thing that I learned from my dad? Another thing that I learned from my mom? Is perfection an issue? When do I grow? Is it poetry important? How deep do I let me go? How often do I say “I love you”? How often do I feel love? Do I have several personalities to feed?

sexta-feira, 27 de abril de 2012

11:55


Ontem de manhã a internet estava fora, fui fazer meus afazeres e, quando voltei pra casa, a internet já tinha voltado. Minha mãe veio perguntar se estava funcionando porque ela tinha recebido uma mensagem no celular, falando da complicação em algum lugar e que ela estaria de volta às 11:00. Olhei para o relógio e marcava 11:55. Continuei com o que estava fazendo e quando terminei, senti vontade de olhar o site de RH da UERJ, para checar atualizações, e não é que atualizaram?! Mais 6 convocações!!! E adivinha a hora
da atualização?!?!

Amo “coincidências”!
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Cadê a inspiração para criar, heim? Por onde você anda, senhorita?

terça-feira, 24 de abril de 2012

Capítulo 30


(...) – Eu me sinto de tal maneira feliz, desde que estou aqui com a senhora! – anunciou ela, apenas oito dias depois de sua chegada.
É porque porque tu não te esforças por ser feliz, e porque não perguntas a ti mesma porque te tornastes infeliz, porque cessaste de pensar nas coisas sob o ponto de vista da felicidade e da infelicidade. É a tolice enormíssima dos jovens desta geração – continuou Mrs. Quarles –; eles não pensam nunca na vida senão relacionando tuco com a felicidade... 'Que farei para me divertir?' Eis a pergunta que eles se fazem a si mesmos, ou então se queixam: 'Por que minha vida não é divertida?' Mas nós estamos num mundo em que 'os bons momentos', na acepção vulgar desta palavra, ou talvez em todas as suas acepções, não podem durar continuamente nem pertencer a toda gente. E, mesmo que a mocidade tivesse esses 'bons momentos', ela havia de ficar inevitavelmente decepcionada porque a sua imaginação é sempre mais bela do que a realidade. E, depois que gozamos um pouco esses momentos, eles se tornam aborrecidos. Cada um se esforça para obter a felicidade e o resultado é que ninguém é feliz. É porque eles estão no caminho errado. A pergunta que deviam fazer a si mesmos não é: 'Por que não somos felizes?', ou 'Como nos iremos divertir?' Mas sim: 'Como podemos agradar a Deus?' e 'Por que não somos melhores?' Se as pessoas fizessem interiomente estas perguntas e respondessem a elas, na prática, da melhor maneira que pudessem, haveriam de atingir a felicidade sem nunca pensarem nela. Porque não é procurando a felicidade que a encontramos; é procurando a salvação. E quando as criaturas forem sábias, em vez de serem inteligentes, hão de pensar na vida relacionando-a com a salvação e a perdição – não com os 'bons' ou 'maus momentos'. Se tu te sentes feliz agora, Marjorie, é porque cessaste de pensar em ser feliz, e porque estás tentando ser melhor.” (pág. 402)

HUXLEY, Aldous. Contraponto. Ed. Globo S.A., 1975.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Heim?!


(…) “Quando o homem usufruir de sua consciência emancipada, ele então saberá libertar-se dos artificialismos transitórios, que iludem mas não satisfazem.! Quem não é escravo do prazer ilusório é um ser liberto do sofrimento!”

Mas nesse caso, não haveria certo automatismo no crescimento espiritual do homem, cerceando-lhe o livre-arbítrio e anulando-lhe o mérito na ascensão?

O atual estado de consciência terrícola, em confronto com a consciência espiritual de outras humanidades mais evoluídas, equivale à criança irresponsável na fase infantil de engatinhar. No seu primarismo espiritual, o homem terreno também não pode usufruir incondicionalmente do seu livre-arbítrio, pois isso só é compatível aos anjos já libertos das ciclos reencarnatórios. Mas, à medida que o homem aprimora o conhecimento e purifica o sentimento, ele também goza de maior amplitude no exercício de seu livre-arbítrio, porque torna-se cada vez mais seguro na composição de sua felicidade. (...)” (pág. 252)

RAMATÍS. Magia de Redenção. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1989.
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Ricardo: Cadê o seu namorado?
Cla: Que namorado?
Pedro: Ele tá dando aula.
Cla: O Tiago?

domingo, 22 de abril de 2012

Estado


21/04/12

Onde o eco se escondia?
Pela janela, de frente ao abismo
Lá ao longe, do outro lado,
Se via a areia seca e morna
Repousando...não havia vento
Distante de si
Dos outros
Do fim.

No buraco escuro e gelado
O eco silenciava
Se eu gritar com força,
Será que resolverá
O estar oca?

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Cair para levantar

'O romance de ideias. O caráter de cada uma das personagens deve se achar, tanto quanto possível, indicado nas ideias das quais ela é porta-voz. Na medida em que as teorias são a racionalização de sentimentos, de instintos, de estados de alma, isto é praticável. O defeito capital do romance de ideias é que somos obrigados a por em cena pessoas que têm ideias a exprimir, o que exclui mais ou menos a totalidade da raça humana – à parte apenas 0,01 por cento. Aqui a razão pela qual os romancistas verdadeiros, os romancistas natos não escrevem tais livros. Mas, ora! Eu nunca pretendi ser um romancista nato.' (pág.337)


HUXLEY, Aldous. Contraponto. Ed. Globo S.A., 1975.

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Curioso como a arte da palavra me toca profundamente e pouco sinto ao ver a arte da dança.

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“Aprendemos com a doutrina espírita que a prece é defesa espiritual mais eficiente do que uma defumação supersticiosa de ervas odorantes.


Mas, que pode fazer um homem completamente obsidiado, que já perdeu o seu comando mental, caso lhe aconselhem oração? Alguém pode libertar-se do seu carma expiatório, só porque se entrega a orações? Não seria isso sancionar, só porque ele se arrepende dos seus crimes e morre saturado de rezas, ladainhas e recomendações religiosas? Não ensina o Espiritismo que o homem não se salva por sua crença, mas pelas suas obras?


Considerais que a oração é inócua em casos semelhantes?


Advertimos que a oração, em geral, é um pedido disfarçado entre os comodistas da vida humana, em vez de um repositório de forças vivas libertadoras. O filho que é grato pela existência feliz, sempre escolhe palavras dignas e generosas, quando quer demonstrar a sua gratidão aos progenitores, mas os filhos indiferentes e comodistas, só se recordam dos pais para pedir-lhes novos favores, embora já estejam excelentemente favorecidos pelos bens da vida!” (pág. 183)


RAMATÍS. Magia de Redenção. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1989.

domingo, 15 de abril de 2012

Problema da semana, Huxley.

Semana difícil; sábado meu corpo parecia desencontrado com o meu espírito, vagava, buscando algo em que me segurar. Na fila da loja um homem impaciente. Antes que o caixa pudesse gritar “próximo” - ele arrumava papéis - o impaciente fez-se ouvir com sua voz grave e seu tom agressivo:


- O caixa vagou, você vai ou não?!

Como se fosse a minha obrigação sair correndo, como se ele tivesse o direito de passar a minha frente por ele ser impaciente. Não consegui articular o dircurso, nem olhei para o dono da voz (um gigante por sinal), meu corpo simplesmente moveu-se lentamente pelo curto caminho. Cheguei ao caixa e esperei pacientemente, sorri meio sem vida.


Ao longo daquela noite fui conseguindo reconstruir os destroços do meu ser, faltava-me ao que me agarrar, apaixonadamente. Algumas linhas ajudaram. Pensar em amigos ajudou. Interagir com velhos amigos ajudou. Assim como estar com aqueles que sofrem para valorizar o que se tem.


Domingo, já um pouco melhor, com um melhor sentimento de confiança, fé no desconhecido, mais uma porrada para me fazer enxergar a importância da força por detrás da certeza de seus valores.


O problema que me deparo é o seguinte: como argumentar de forma a convencer quanto ao certo e ao errado? Terrível tarefa (e estafante) quando se fala de sentimentos e sensações sutis.

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“– Pobres velhos! – comentou Philip quando se viram, ele e a mulher, a distância de não serem ouvidos. – A respeito de que poderiam eles estar conversando? São velhos demais para falar de amor – velhos e bons demais. Demasiadamente ricos para falar de dinheiro. Demasiadamente intelectuais para falar das outras pessoas e demasiadamente eremitas para conhecer pessoas de quem possam falar. Tímidos demais para falar de si mesmos, demasiado inexperientes para falar da vida ou mesmo da literatura. Que resta, pois, aos pobres velhos como assunto de palestra? Nada – a não ser Deus.” (pág.285)


HUXLEY, Aldous. Contraponto. Ed. Globo S.A., 1975.


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Ausência forçada

“ Mas os lábios dele eram macios, as sua mãos tocavam de leve. O bater das asas das mariposas prenunciadoras do prazer voltou palpitantemente à vida sob aqueles beijos e aquelas carícias. Lucy fechou os olhos, As carícias de Walter eram como uma droga que fosse ao mesmo tempo excitante e opiada. Bastava relaxar a vontade: a droga haveria de possuí-la completamente. Lucy cessaria de ser ela mesma. Não seria nada mais do que uma epiderme de prazer palpitante a envolver um vácuo, uma treva quente e abismal.” (pág.199)


HUXLEY, Aldous. Contraponto. Ed. Globo S.A., 1975.

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PERGUNTA: - E que poderiam fazer tais pessoas para diminuir ou neutralizar os efeitos danosos do próprio “mau olhado”? (pág.146)


“Só a continuidade de uma vida regrada, amorosa e sacrificial ao próximo poderá reduzir no ser um estigma tão infeliz! O fluido mau do passado, acumulado na região perispiritual adjacente à visão humana lembra o fenômeno da água suja da cisterna, a qual deve ser esgotada incessantemente para surgir a água limpa. No caso do 'mau olhado' só há duas coisas a fazer: a criatura libertar maior cota de luz interior pela renúncia, pelo amor e perdão incondicional a todas as ofensas do mundo, ou descarregar o fluido do seu 'mau olhado' em algum objeto que sirva propositadamente para um despejo preventivo. Aliás, a carga maligna do 'mau olhado' se enfraquece pelo seu esgotamento natural ou então purifica-se pelo sofrimento.”


RAMATÍS. Magia de Redenção. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1989.


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Enfeitiçamento

“(…) O feitiço ainda é um acontecimento comum na vida dos terrícolas, porque tratando-se de espíritos primários tanto os encarnados quanto os desencarnados são fontes permanentes de bruxaria oriunda do seu descontrole mental, precipitações emotivas e desejos insofreáveis, que alimentam a cobiça, a agressividade verbal e ativa forças inferiores!” (pág.99)


RAMATÍS. Magia de Redenção. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1989.

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“ – Para mim – retorquiu Burlap – é uma certeza. Uma certeza absoluta. – Falava com muita ênfase, sacudindo a cabeça com violência. – Uma certeza completa e absoluta – repetiu, hipnotizando-se com a reinteração da frase a ponto de entrar em um estado fictício de convicção apaixonada. – Completa e absoluta. – Silenciou; mas interiormente continuou a se açoitar até entrar num furor místico. Pensou em Rimbaud ao ponto de se transformar ele próprio em Rimbaud. E depois, subitamente, o seu diabinho meteu para fora a carantonha arreganhada e cochichou: 'Dez quilos de ouro à cinta'. Burlap exorcizou o demônio, mudando de assunto.” (pág. 185)


HUXLEY, Aldous. Contraponto. Ed. Globo S.A., 1975.

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O site do SRH ainda não atualizou, mas já saiu no D.O. mais 25 convocações para a UERJ, faltam só 36 para eu ser chamada! xD


segunda-feira, 2 de abril de 2012

Ponto a favor

“A noite caia do lado de fora; era o o segundo consultório do dia que abrigava a sua espera. Não que pudesse reclamar, o ambiente fazia-se agradável, o clima, o silêncio, o isolamento eram bem-vindos. A televisão emitia lá os seus sons, mas o livro a consumia, nada a incomodava, tão absorta estava! Alguém chegou à porta, nem isso parecia abalar os seus olhos que comiam as palavras. Após, então, algumas páginas, sua atenção parecia começar a dar sinais de cansaço. Levantou os olhos, olhou em volta, seu braço esquerdo latejava, seus ombros eram carne endurecida. Olhou em volta, novamente, a procura de uma distração para dor, dando tempo ao seu corpo, torcendo pela sua recuperação, que volte a concentração! Pousou os olhos em dois quadros, um pouco longe, descansava o cérebro. A dor gritava. Abriu o livro, novamente, um pouco impaciente. Segurava as páginas com as duas mãos, postas, carinhosamente, quase que encorajando as palavras a tomarem vida. Mirava como a um filho que brinca distraidamente. E veio um inseto todo elétrico, acariciar as páginas, veio ver o que era aquele sólido que servia de pista de pouso. Sorriu – não ele, mas ela. Ao invés de espantá-lo como de costume, lembrou de Deus, depositou o carinho que tinha pelo livro no inseto, fez um gesto que poderia ser um abraço, um tapinha nas costas. Apreciou a felicidade que experimentava, nada doía, como se nem corpo tivesse – plainava”.

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Conversa de metrô...

Posso perguntar que livro é esse?

Contraponto.

Muito boa escolha!

Obrigada!

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Rampion fez com a cabeça um gesto de assentimento.

– Ela é de fato admirável. Corajosa, forte e perseverante. Mas é resignada demais.

– Mas essa me pareceu justamente uma de suas qualidades dignas de admiração!

– Ela não tem o direito de ser resignada – respondeu Mark, franzindo a testa. Não tem direito. Quando a gente tem uma vida como a dela não deve ser resignada. Deve antes ser revoltada. É essa maldita religião. Eu lhe disse que ela era religiosa?

– Não; mas eu adivinhei quando a vi...

– É uma bárbara da alma – continuou Rampion. - Só pensa na alma e no futuro. Para ela não há presente, nem passado, nem corpo, nem intelecto. Só a alma e o futuro e, por enquanto, a resignação. Haverá coisa mais bárbara do que isso? Ela devia rebelar-se.

– Deixemos que sua mãe fique como é. Será mais feliz assim. O senhor pode se revoltar pelos dois...

Rampion riu.” (pág.124)

HUXLEY, Aldous. Contraponto. Ed. Globo S.A., 1975.