segunda-feira, 31 de maio de 2010

domingo, 30 de maio de 2010

Palestra 3

Na palestra dessa semana, lá no centro espírita, os temas foram o aborto e o suicídio (ambas faltas gravíssimas), a família universal, o divórcio e o par – reencarnação versus ressureição. E dentro das duas horas de exposição, fiz algumas poucas anotações.

Falou-se sobre a diferença entre amor e apego, assim como as expiações e provas contra os poucos que vêm com missões. O palestrante afirmou seguramente que tanto eles como nós encontrávamos no primeiro grupo. Anotei também os três pilares da vida na Terra: matéria, força e consciência – no entanto, não chegou a aprofundar o assunto.

Sobre o processo de encarnar e desencarnar e sua complexidade, sobre qual deles seria mais traumático para o espírito, o Livro deles responde: o primeiro representaria a prisão, já que o espírito livre é aprisionado em um corpo e o último a libertade, quando este volta para o seu estado natural.

Achei engraçado citarem cinco tipos de matrimônios, mas não consegui anotar; encontrei agora na internet, seriam eles – acidental, provacional, sacrificial, afim e transcendental.

Faltam duas semanas para eu poder fazer a minha primeira consulta de desobssessão. No início eu fiquei meio incrédula, achando que eu não precisaria, sempre entendi conseguir manter minhas energias equilibradas, mas pensando melhor, é uma possibilidade de ter algum contato com o passado espiritual. Por isso, ansiosa estou.

sábado, 29 de maio de 2010

mood: melhor

Li sobre Clarice, esses últimos dias, e fiquei surpresa com tamanha identificação. Separei alguns trechos de cartas dela para irmãs/amigos de quando morava na Europa por conta do marido ser diplomata. Ela fala da frustração para escrever e como era tedioso viver na Suíça. Parece que este livro veio parar em minhas mãos em boa hora.

(...) “Tudo me parece difícil, fora de hora, fora de mão, fora de interesse.” (pág. 143)

(...) “Tinha uma vontade louca de me ocupar muito, mas não em livro, estou muito cansada: (...) Mas queria me ocupar, cabeça sem emprego dá uma chateação. Queria me ocupar tanto que de noite eu estivesse bem cansada. Vamos ver.” (pág. 142)

(...) “Queira Deus que vocês nunca sintam esses longos dias vazios, quando tudo tem tão pouco interesse que se tem a impressão de que se está fazendo hora!!! Fazendo hora para o quê? Nem sei mais.” (pág. 131)

Borelli, Olga. Clarice Lispector: esboço para um possível retrato/ Olga Borelli. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1981.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Fenecer: um diálogo interior

Ando melancólica. Não sei se é conseqüência do resfriado ou se o meu corpo adoece ao refletir minha alma, meu estado de espírito. Eu não esperava que o dia de hoje fosse pior do que o dia de ontem; a reunião, ao invés de descontrair teve efeito contrário, intensificando o desconforto de estar aprisionada neste mundo. Será que o que me diferencia dos outros é virtude ou defeito? Não sei que caminhos trilhar. Esses últimos quatro anos parecem ter sido um desvio nos planos, apenas uma distração para a grande questão que me persegue: descobrir o que me motiva. Vez ou outra me perguntam e eu não sei responder. Será que eu posso trocar na loja tempo por motivação? “Foi bom te ver”, e nada, nenhuma palavra da minha boca. Nenhum desejo de, ao menos, assentir com a cabeça. Profunda sensação de não-pertencer. Por isso, eu volto a dizer, eu não sei viver, não há fé em mim. Os olhares de desaprovação pesam e o ar está empregnado de decepção. Agonizo! A cada hora, a cada segundo. Eu queria dar um fim a essa agonia! Deixar de sentir-me culpada e ser útil de uma vez por todas. Quanto tormento você pode aguentar?

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Down

Eu gostaria de uma vitória que marcasse o meu esforço. Eu dispensaria o apoio que oprime. Ser uma boa pessoa não é mais suficiente, querem mais de nós. Ter bons valores já perdeu sua atenção. Ser e aprender vão perdendo o seu espaço; nem o tempo é mais respeitado. Eu não sei viver nesse mundo, alguma coisa falta e infelizmente não sei o que é.

Por outro lado, Lili vai trilhando um futuro brilhante.
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Sonho intenso; houve choro e o número 4.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O risco do conselho

Por Betty Milan

“Conselho só adianta quando não contraria o desejo de quem é aconselhado. (...) Segundo Freud, não é possível acabar com uma fantasia mostrando que a realidade é contrária a ela. A fantasia resiste aos argumentos e só se transforma quando o próprio sujeito descobre a sua origem. Daí a razão pela qual a cura analítica se dá através da rememoração. (...) Só é possível agir sobre o desejo fazendo outro desejo emergir.”

Eu ia até adicionar o blog dela nos meus favoritos, mas ficar lendo sobre os problemas alheios não me parece muito saudável. De qualquer forma, de vez enquando pode até ser interessante. No entanto, prefiro os textos dela mais objetivos e que ela expõe informações da psicanálise, como ela faz na coluna dela mensal da Veja.
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Woof!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Honestos e éticos em extinção

Minha mãe acabou de me mostrar uma resportagem sobre desvio de verbas e maus tratos na Suipa, coincidentemente há poucos dias eu estava lendo informações no sítio deles e sentia-me satisfeita com o trabalho que a ONG se propõe a fazer.

Falando em desvio de verba, ontem voltando da prova, eu conversava com o meu pai sobre as experiências de emprego dele e como ele encontrou essas falcatruas em todos eles. Isso é desanimador. Ele disse que as pessoas com maior graduação roubavam mais, e resistiam quando ele propunha outras formas de controlar os estoques, o que em um deles acabou levando-o a ser mandado embora. “Graças a Deus, desabafou ele, eu detestava trabalhar lá”. Os honestos são poucos por aí. E mesmo na época em que fazia faculdade, o professor dele enrolava para terminar o projeto para não perder a verba, quando o meu pai estava empenhado em terminar e colocá-lo em prática (que ingênuo!); e acaba que por causa dessa má-fé das pessoas que as coisas não acontecem, não vão pra frente, não evoluem.
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E mais uma vez, me vejo tendo que recolher o material de estudo da CEF espalhado para guardar.

domingo, 23 de maio de 2010

CEF/2010 II – O retorno

Cheguei há algum tempo da segunda prova da CEF. Meu estômago está embrulhado, estou sentindo uns calafrios, um pouco de falta de ar e cansaço – não faço idea se é ansiedade ou coincidência e estou pra ficar doente.

Eu estava mais tranqüila que da outra vez, felizmente meu local de prova mudou e não tive que me despencar pra Campo Grande. Ignorei matemática e consegui não marcar nenhuma errada na hora de passar para o cartão-resposta.

A prova em si não estava difícil, achei Informática bem mais fácil e resolvi tantas outras questões por eliminação. Na outra prova eu tinha acertado 36 (60%), sem contar com as duas que acertei, mas que marquei errado no cartão. Espero ter acertado no mínimo 42(70%) e se tiver acertado mais, melhor.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Palestra 2

*Eu devia estar estudando, mas vamos lá*

Ontem levei papel e caneta para fazer anotações da palestra...e não é que logo na terceira linha a tinta da caneta acabou o.O

O tema foi a Lei do Progresso que nos impulsiona. Origem. Objetivo. Evolução. Natureza. Destino dos espíritos. Assim como no meu papel, as duas últimas palavras-chave estão ocultas.

Podemos escolher remexer na nossa bagagem e buscar cada vez mais nos conscientizar para superar nossas falhas, cabe a nós usar o tempo que temos hoje e agora, ou podemos fazer depois. Eu voto no agora.
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Today I felt like walking all night, under the wide open sky, will you come with me?
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O Google homenageou o Pacman hoje, não agüentei e tive que jogar rs

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Filmes esperados e glimpse

Ano passado fiz uma lista de filmes que esperava ver, de 12 filmes faltaram assistir 4. Pra esse ano, fiz outra lista:

Kick-Ass Quebrando Tudo
Toy Story 3
Meu Malvado Favorito
The Kids Are All Right
The Karate Kid
Nosso Lar
A Origem

Diário de um Banana
Please Give
Waiting for Superman
Life as We Know It
Harry Potter 7
Freakonomics

Até agora só. Tirei da lista The Runaways e The Adjustment Bureau pois que revi os trailers e perdi a vontade de assistir, Inception também está quase caindo.
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Glimpse

Dia desses numa longa viagem de carro, eu fiquei encantada com as árvores na beira da estrada, não que elas tivessem algo de excepcional, eram comuns, talvez justamente a aparência rústica tenha chamado minha atenção. Toda e qualquer árvore que passava pelos meus olhos me conectava mais um pouco à natureza, eu sentia-me integrada; então sorri porque naquele momento eu estava feliz.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

“Quem ama a solidão não ama a liberdade”

Li essa frase na segunda-feira, no twitter da já falecida Clarice Lispector, e batalho internamente para digerir. Fiquei um pouco revoltada, ela me atingiu como um raio. Eu diria que eu amo os dois e por isso senti o incômodo. Pra mim, estar sozinha representa liberdade, mas não o contrário.

Mas se exercer a liberdade, a qual estamos condenados, (como dizia Sartre) é fazer escolhas, se escolhemos a solidão, estamos exercendo-a, mas não necessariamente usufruindo dela, tudo que podemos. Nesta situação limitamo-nos a uma escolha apenas, quando que em companhia, somos forçados a optar muito mais.

Estar só significa não ter que discutir para chegar a um consenso, fazer o que se quer sem outro alguém para lhe repreender, assumir a responsabilidade pelos seus erros, ter menos cobranças dos outros e mais de você mesmo e tanto mais.

Se amar a liberdade for ter opções mais diversificadas do que quando se está só, eu tenho que desconstruir minha concepção de liberdade. Você conseguiria? Eu estou achando difícil.
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Buffy: Does it ever get easy?
Giles: You mean life?
Buffy: Yeah. Does it get easy?
Giles: What do you want me to say?
Buffy: Lie to me.
Giles: Yes, it´s terribly simple. The good guys are always stalwart and true. The bad guys are easily distinguised by their pointy horns or black hats. And we always defeat them and save the day. No one ever dies and everybody lives happily ever after.
Buffy: Liar.
(Buffy - The Vampire Slayer 02x07 Lie to me)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Castle! Castle! Castle!

Antes mesmo de terminar de ver o último episódio da segunda temporada de Castle, eu já sofria de crise de abstinência - quatro meses sem minha dose semanal da dupla Castle/Beckett, vai ser duro de aturar =/

O último episódio não poderia ter sido melhor! “It can´t get better than this” como o próprio Castle disse na promo. Finalmente a Kate percebeu o quanto é ruim não ter o Rick por perto ^^ Ao mesmo tempo que adoro como eles brincam com a falta de timing dos dois, eu detesto, mas acaba deixando tudo mais divertido =D

Engraçado que eu fiquei imaginando como os escritores poderiam desenrolar o romance deles, e cheguei a pensar que o Castle deveria se ausentar para ela perceber o quanto ele faz falta, e de certa forma foi isso que fizeram.
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Morderam meu pé no domingo, passei o dia todo de ontem mancando, engasguei com a gema do ovo no almoço e cortei o cabelo ^^

segunda-feira, 17 de maio de 2010

It´s Billy!

Sim, a culpa é do Billy, como não pensei nisso antes?! Sofremos com os nossos monstros porque o Billy é perseguido pelo seu pesadelo. (vide episódio da primeira temporada de Buffy).

A semana passada foi pesada:
Segunda: corrida no Maracanã.
Terça: Afrolatinidades no CCBB.
Quarta: colação da Nat.
Quinta: rodízio do aniversário da prima Cíntia.
Sexta: dormi cedo =P
Sábado: campanha de adoção e Show das Chicas no Rival.
Domingo: Chá de panela da Camila.
Ufa.

E ainda me conformei em revisar novamente a matéria pra Caixa pra nova prova de domingo.
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“... por que todos os homens se apaixonam pelas sereias? (...) Os homem se apaixonam pelas sereias porque elas não têm vagina, são asseadas e impenetráveis, e assim podemos ter com ela um vínculo imaculado. Pureza, limpeza, inexpugnabilidade, esse o segredo das sereias”. (FONSECA, Rubem. O buraco na parede. São Paulo, Companhia das Letras, 1995, pág. 148).

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A caminhada que começa e a que continua

Ontem dei um primeiro passo em direção ao que considero o objetivo da vida. Muitas postagens atrás falei do meu receio de abrir minha caixa de Pandora, mas acho que encontrei a minha oportunidade para tal – pensei em reportar os avanços do tratamento no Centro Espírita. Fiz o meu cartão de tratamento; assistirei 5 palestras até poder ter acesso a outros tratamentos. A minha expectativa é me conhecer melhor e superar os meus defeitos rumo à perfeição. Engraçado pensar agora como essa sensação de estar perdida me levou a buscar esse caminho, e eu me pergunto se esse já não era o plano.

Sobre as três palestras que assisti, foram duas horas para ouvir o que já sabia e conhecer novas informações, nada que eu nunca tenha ouvido, mas colocado de forma diferente.

"Como é difícil mudar, como somos teimosos e orgulhos para nos transformar. A verdade é o silêncio. "
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Saiu essa semana o resultado da prova da UERJ, de uns 3000 aprovados, fiquei em 405º. lugar com os meus 95 pontos. O primeiro e o segundo lugar fizeram 117 pontos. São 18 vagas. Fiquei satisfeita com a aprovação, pelo menos, e com a pontuação. O 18º fez 109,5, até que não fiquei assim tão longe. Se eu tivesse acertado mais 5 questões pulava mais de 200 posições. Jony ficou em 52º. com 105,5 pontos.

E a confusão da CEF continua, parece que terei que fazer a prova novamente.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

CEF/2010

Domingo foi um dia cansativo, mas divertido. Passei a tarde com uma família adorável que fez a gentileza de me dar carona até Campo Grande para fazer a prova da Caixa Econômica Federal. Pra variar fiquei com vontade de ir ao banheiro antes mesmo de atingirmos metade do caminho, o que contribuiu um pouco para um certo desespero. Foi uma senhora viagem! Saímos 12h30 e chegamos lá 14h15, depois de chuva, engarrafamentos e pistas mal conservadas.

A prova terminou 18h15 e encontramos outro engarrafamento para sair de Campo Grande. A volta foi mais descontraída e nos conhecemos melhor, eu gostei mesmo da companhia. Chegamos nos Rio 20h30 e 21h eu estava em casa, ainda fizeram esse agrado de me deixar na porta de casa. E eu estava reclamando de não fazer prova na Veiga, perto de casa, isso até eu saber da confusão que foi por aqui; o Leo, que ia fazer pra TI, ficou sem fazer prova.

A prova

Comecei com português, pulei matemática e fui direto para a parte específica. Fiquei meio desconcertada porque caiu até bastante coisa que não chegamos a ver no curso, e eu lembro de pensar: “é, não foi dessa vez”, mas tentei me virar com os conceitos que aprendi. Três horas de prova foi muito pouco, e ainda não podíamos usar relógio, ficávamos sem noção de tempo, faltando 1h eu ainda não tinha nem visto matemática.

À primeira vista, nenhuma era fácil e rápido de resolver, e eu nervosa com o tempo, com o braço direito tremendo de frio e nervoso, não sabia bem por onde começar. Uma ou duas eu “fiz” e o resto tive que chutar, não tinha mais tempo pra perder ali.

Faltando 45 minutos comecei a passar pro cartão-resposta e já marquei errado as duas primeiras, na presa não vi que as primeiras estavam na outra página, perdi dois pontos ganhos de português e pensei comigo novamente, “é, realmente não foi dessa vez”. Todavia, acho que fiz uma boa prova, pelo menos consegui ler a prova toda e responder com “calma”, não foi que nem a prova do BACEN.

E, felizmente, sem crise pós-prova.

sábado, 8 de maio de 2010

Dia das mães na vovó

Fomos hoje na vovó, e demos boas risadas. Apesar de ela estar um pouco letárgica, conseguimos fazê-la falar um pouco, lembrar de fatos passados, como quando a família dela veio da Amazônia pra Niterói e depois pro Rio, e mostrou que ainda consegue distinguir tiradas cômicas.

Estávamos cercados de velhinhos e cada um nos divertiu à sua maneira. Fomos acolhidos por uma senhora: “Espero que tenham gostado da visita, voltem sempre”, que dizia isso enquanto era levada para jantar no andar de baixo. O senhor Fernando, após ter acordado de sua soneca na cadeira, mostrou-se muito satisfeito em nos ver: “Olha, veio a família toda, quanta gente!”

Um outro senhor falava alto, sem parar, até agora não sabemos se gritava “bolo,bolo...” ou “fome, fome...” e quando foi colocado à mesa ainda começou a bater com a colher na fórmica, poupando sua voz, mas sem deixar de se fazer ouvir.

Ainda fui abordada por outra senhora: “Você tem um biscoito?”, sendo imediatamente repreedida pela senhora ao seu lado: “Mas que falta de educação, ficar pedindo biscoito! Eu vou te dar é uns tapas pra você aprender” ao que ela retrucou: “Eu estou quieta aqui do meu lado, respeitando você e você diz que vai me dar uns tapas?” e virou pra mim novamente: “Você tem um biscoito? Eu estou com fome.”

Tudo isso com música de fundo, uma senhora cantarolava um “Ai-ai-ai” pausado e cons-tan-te.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Aflição

Eu estou meio travada. Eu tinha que revisar a matéria pra domingo, mas sabe quando você tem a sensação de que mais nada cabe? Meu cérebro está inchado de informações desde o início da semana. Estou há três dias me forçando a enfurnar mais coisas nas minhas gavetas; não sei ao certo até que ponto ainda adianta insistir. Ainda bem que o esgotamento veio só no final, esse é o lado bom. Eu fico me perguntando se estou dando o meu máximo, porque conheço pessoas que fazem além do que eu consigo, todavia, também conheço pessoas que fazem bem menos. Só espero que o esforço seja suficiente. Espero não ter outra crise pós-prova.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Por que gritar?! O.o

Tem gente que só consegue se impôr no grito. Coitado dele e do meu ouvido.

sábado, 1 de maio de 2010

Casa da Ciência – Pão e Rosas (2000)

Faz dois meses que não escrevo um texto mais extenso; com o fim da faculdade, começo a sentir a dificuldade de manter minhas engrenagens funcionando. Isso me assusta um pouco. Mas vamos ao filme e à palestra de hoje.

O professor de sociologia da UFRJ, José Ricardo Ramalho, começou sua fala nos levando à greve, que deu origem ao “1º. de maio”, em 1886, em que se buscava reduzir a hora de trabalho de 13hs para 8hs. Curiosamente, no filme “Pão e Rosas” de Ken Loach, em pleno anos 2000, os emigrantes trabalhavam 16hs. Ficando, assim, claro, como não aprendemos com o passado, como as conquistas se perdem no tempo.

Os filmes de Loach têm esse cunho trabalhista, tendo o José Ricardo, citado alguns deles que tinham essas causas como mote. O Estado mínimo assim como o neoliberalismo, e o capitalismo são criticados, e é discutido a precarização do trabalho e o aumento da insegurança, presente nas relações de trabalho hoje.

Com “Pão e Rosas”, Loach mostra-se favorável ao sindicalismo, no entanto critica a sua burocratização. Há críticas também ao sindicalismo da classe média, que luta contra uma realidade que é alheia à sua. Em vários níves, Loach traz a solidadeda à tona, dando um destaque à instituição familiar na luta trabalhista.

Como marca do diretor, o professor nos informou que Loach costuma dirigir os seus atores sem dizer-lhes os detalhes do roteiro, buscando assim, uma resposta mais espontânea dos atores e, consequentemente, da cena, como foi o caso da cena mais pesada do filme, quando a Maya confronta sua irmã, Rosa.

A fita procura mostrar ainda que apesar de sofrer, as pessoas ainda têm a possibilidade, mesmo que pequena, de resistir a ações avasaladoras do capitalismo, como colocou o José Ricardo, que leu uma resposta do diretor sobre a indagação do poder de transformação dos filmes. Este torcia para que o espectador saísse de seus filmes com um sentimento de dúvida e inquietação, o que seria o mínimo a se esperar (com adaptações).

A discussão me fez lembrar da minha aula de sexta-feira, quando o professor Marcos Barbosa, nos proferiu a seguinte frase, que estaria na constituição, “entre o fraco e o forte a liberdade excraviza e a lei liberta”.
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Próxima sessão do cineclube da Casa da Ciência: 05 de JUNHO com o filme OS OLHOS SEM ROSTO (1960) do GEORGES FRANJU e a palestrante PAULA SIBÍLIA (que foi minha professora na UFF!).